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Auxílio emergencial: 32 milhões de trabalhadores podem ficar sem renda

Os limites impostos pela lei que criou o auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores afetados pela crise do coronavírus; e a centralização da execução do programa impedem o acesso de milhões de pessoas ao benefício; segundo um grupo de pesquisadores ligado à Universidade de São Paulo.

Eles calculam que 32 milhões de trabalhadores ameaçados de perder emprego e renda com a paralisia da atividade econômica não terão como receber o dinheiro; porque têm vínculo formal com o trabalho ou por causa das restrições da lei; que limita os pagamentos a dois beneficiários por domicílio.

Apesar do vínculo formal, esses trabalhadores também não poderão contar com o seguro desemprego se forem demitidos; porque não se enquadram nas regras do programa, se adequam é preciso ter pelo menos 12 meses de trabalho com carteira assinada num período de 18 meses para pedir o seguro na primeira vez.

De acordo com o grupo, que analisou dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a composição da força de trabalho. ou Seja, 26 milhões de pessoas vulneráveis diante da crise tiveram no passado renda anual superior ao limite para enquadramento no programa; de R$ 28,5 mil em 2018.

Outros 6 milhões de trabalhadores não conseguirão acesso ao auxílio emergencial se forem atingidos pela crise por causa do limite de beneficiários por domicílio; dizem os pesquisadores. Eles preveem que esse número aumentará com o avanço do coronavírus e a piora da economia nos próximos meses.

Parte de uma rede multidisciplinar articulada com o objetivo de estudar o impacto das políticas de combate à Covid-19 no país; o grupo aponta a centralização da execução do programa na Caixa Econômica Federal; como um entrave que tem impedido o acesso de muitos trabalhadores ao auxílio.

Trabalhadores que não faziam parte do Cadastro Único dos programas sociais do governo; antes da pandemia devem solicitar o auxílio por meio de um aplicativo de telefone celular desenvolvido pela Caixa; mas muitas pessoas encontraram dificuldades para usar a tecnologia e não conseguiram o dinheiro. – Fonte: Folha de São Paulo.